9 estratégias de startups no pós-pandemia. Com a vacinação caminhando em diversos Estados, as startups já começam a definir seus modelos de trabalho para o pós-pandemia. Segundo uma pesquisa do Google Cloud em parceria com a consultoria IDC, divulgada em maio deste ano, o modelo de trabalho híbrido tem sido o preferido entre as companhias. O estudo foi realizado entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021 e ouviu 897 colaboradores de grandes empresas que atuam no país, apontando que 43% dos entrevistados afirmam que este modelo foi definido pelas empresas onde trabalham como padrão após o fim do período de isolamento.
Confira as medidas e estratégias de 9 startups que já definiram seus modelos de trabalho para quando as medidas de distanciamento social começarem a se abrandar.
Modelo híbrido
A Vitacon , incorporadora imobiliária que trabalha com o propósito de reinventar a cidade, já definiu o modelo híbrido de trabalho para o pós-pandemia. A empresa, que aderiu ao home office para todos os colaboradores de seu escritório com o início das medidas de distanciamento social, diminuiu pela metade as posições de trabalho em sua nova sede, inaugurada em julho, que é em um prédio retrofitado na rua Haddock Lobo, Jardim Paulista.
Com a mudança, as instalações da Vitacon saíram de uma laje corporativa de 628 metros quadrados, com 75 postos de trabalho, para um prédio com 526 metros quadrados e 34 posições. O novo espaço ainda terá um café aberto para a cidade, uma loja de experiência da marca, com unidade decorada seguindo o conceito de inovação e interfaces digitais para auto atendimento de informações sobre seus empreendimentos.
“Nossa ideia é oferecer um local de trabalho no esquema de coworking, sem posições fixas e mais voltado para encontros e troca de ideias. O modelo híbrido traz grandes vantagens para todos os colaboradores. Não perdemos o conforto de trabalhar em nossas próprias casas, mas contamos com um espaço preparado para os dias em que o trabalho presencial é necessário”, destaca o CEO da Vitacon, Ariel Frankel.
Casa-escritório
A Capitalz , fintech de crédito que busca democratizar o acesso a investidores e financiadores no Brasil para o médio empresário, decidiu abandonar o trabalho presencial e criar uma casa-escritório para preservar a união da equipe ao mesmo tempo em que mantém o home office. Atuante desde 2018 como boutique, mas lançada oficialmente durante a pandemia, a empresa notou um aumento de produtividade, qualidade de vida e motivação desde a adoção do trabalho remoto.
Com um time de 13 pessoas, incluindo Head de Produtos, Desenvolvedor, Designer de Produtos, Advogado, Estagiários, dentre outros, 5 deles passaram a morar na casa-escritório, localizada no bairro Pantanal, em Florianópolis (SC). O restante continuou distribuído em outros bairros da capital catarinense e outras cidades.
O budget que era gasto com o aluguel de uma sala pequena em um centro comercial passou a ser destinado para o aluguel de uma casa de 500 metros quadrados de área construída, com sala de reunião, escritório, academia, garagem, quartos, banheiros e cozinha. Além disso, o imóvel ainda conta com uma área externa com quintal e churrasqueira. A escolha da casa também foi estratégica, pois fica próxima à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), um polo catalisador de talentos da tecnologia que a startup pretende absorver no futuro.
Para o fundador e CEO da Capitalz, Bruno Vieira, as melhorias identificadas por ele e pela equipe são resultados da nova rotina estabelecida. “Antes, era preciso acordar bem mais cedo e ficar mais de 12 horas fora de casa, contando o período para almoço e os trajetos de ida e volta. Acabar com o tempo de deslocamento se mostrou um dos maiores ganhos para a qualidade de vida”, declara.
Liberdade garantida em contrato
O Instituto Crescer atua há mais de 20 anos na área de Educação em projetos voltados à formação de professores para diferentes áreas do conhecimento, projetos de inclusão digital e qualificação profissional de jovens. Na Instituição, não haverá mais obrigatoriedade para o trabalho presencial e cada coordenadoria de projeto, com suas respectivas equipes, decidirão a melhor solução para todos.
Com essas medidas estabelecidas em contrato, o objetivo é que as diversas equipes da Instituição tenham a autonomia para se organizarem e decidirem a periodicidade de encontros e a forma como o farão, seja de forma presencial ou virtual.
Home office e flexibilidade geográfica
Um dos impactos da pandemia foi a aceleração da transformação digital de negócios no mundo todo, o que contribui com o segmento da Zappts , empresa que desenvolve projetos de digitalização para grandes marcas.
Fundada em São José dos Campos, em 2014, pelos sócios Rodrigo Bornholdt e Pablo Augusto, a empresa quadruplicou seu quadro de profissionais e passou a operar de forma 100% remota para atender a clientes de diferentes segmentos em todo o Brasil. Em seu modelo de operação, a startup conta com 100 colaboradores, carinhosamente chamados de Zappters, distribuídos por 14 Estados brasileiros.
Para a Zappts, as maiores oportunidades deste novo contexto dizem respeito à flexibilidade na localização geográfica e trabalho assíncrono dos profissionais, além de sensível aumento na qualidade de vida das pessoas. Segundo a empresa, os colaboradores tendem a produzir mais e melhor, por terem menos distrações e por escolherem o momento certo de atuar em suas atividades.
Diversidade cultural e qualidade de vida
A Yaman , consultoria ágil em qualidade e engenharia de software, adotou o conceito “YamanAnywhere” e passou a contratar pessoas de todos os lugares do Brasil. A empresa adotou o modelo híbrido e a decisão de quem vai ou não para o escritório fica a critério dos próprios funcionários, de acordo com as suas necessidades, prioridades e condições de saúde.
Hoje, a equipe da Yaman conta com pessoas de 11 Estados diferentes, que vão do Nordeste ao Sul: Paraíba, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Além disso, recrutou talentos não apenas dos grandes centros, mas também do interior destes Estados. Os 350 “Yamanos”, como os funcionários da empresa são chamados internamente, residem em 48 cidades diferentes.
De acordo com Josania Bortoletto, Executiva de Gente na Yaman, este novo formato traz maior diversidade cultural para a empresa e estoura a bolha paulistana, além de possibilitar maior autonomia para que os funcionários montem sua própria rotina e tenham mais qualidade de vida. Wilker Alves, por exemplo, Analista de Testes de Sistemas na Yaman, mora em Ubatuba, Litoral Norte de São Paulo, e não abre mão de acordar bem cedo para surfar antes do trabalho.
Retorno híbrido e escalonado
A Reach , holding de soluções integradas de comunicação omnichannel, adotou o home office no início da pandemia, mas manteve seus escritórios abertos, para quem precisasse ou preferisse utilizar essa estrutura. Sobre o retorno às atividades presenciais, a expectativa da empresa é que esta retomada seja de forma escalonada, mesclando o trabalho remoto e o presencial. Durante esse processo, o desempenho do time será avaliado diariamente, para que os gestores entendam qual é o modelo ideal para os seus colaboradores.
Segundo Flávia Fidelis, Especialista de Recursos Humanos da Reach, o home office é positivo, mas também traz algumas características que não faziam parte da rotina do trabalho presencial. “Nem todos podem prover a estrutura necessária para realmente focar no trabalho e, muitos, que têm filhos pequenos, por exemplo, encontram dificuldade em compartilhar o tempo entre as atividades laborais e a atenção aos pequenos. Por isso, alguns de nossos colaboradores definem momentos para o trabalho no escritório da empresa”, explica.
O setor de RH da Reach percebe que há especificidades tanto no modelo presencial, quanto no home office e, por isso, enxerga o híbrido como a saída mais adequada. Flávia também aponta que, ao ler estudos sobre o tema, se deparou com o entendimento de que, quando há a opção entre o presencial e o remoto, o remoto acaba não sendo totalmente integrado, pois muito do dia a dia acontece em reuniões ou encontros informais, verbais, com pouca documentação e, portanto, mais restrito ao ambiente do escritório, fazendo com que a equipe que está remota perca a percepção de pertencimento e participação ativa. São singularidades com as quais o mundo corporativo deverá lidar cada vez mais, a partir de agora.
Novos modelos de contrato
Logo que a pandemia foi anunciada, a Nexxera , gateway de transações financeiras e mercantis, adotou o modelo home office para todos os colaboradores. Com escritórios nas cidades de Florianópolis e São Paulo, manteve as portas abertas caso houvesse a necessidade de utilizar as estruturas da empresa.
Atualmente, o espaço físico na capital catarinense adotou um modelo híbrido, com a divisão de grupos presenciais e em home office, que se dividem semanalmente. Cada grupo possui uma média de 110 pessoas e, presencialmente, o escritório recebe uma média de 68 colaboradores, que tomam todas as medidas de segurança, como o distanciamento social e o uso de máscara. Já o escritório da capital paulista adotou o modelo remoto, com a presença de alguns gestores no espaço físico.
Em constante expansão, a empresa aumentou o quadro de funcionários durante a pandemia e, só em 2021, registrou mais de 120 novas contratações e já planeja disponibilizar mais 50 vagas. Diante da atual realidade, passou a oferecer contratos totalmente remotos, abrindo assim a possibilidade de admitir profissionais de todas as localidades do país. Considerando o desempenho e a satisfação dos colaboradores, a tendência é de se adotar um modelo mais flexível, que atenda a necessidade de cada setor, uma vez que em algumas áreas há a necessidade da presença permanente no escritório.
Flexibilidade
Com a flexibilização das medidas de controle e prevenção contra a Covid-19, a Camerite , startup de soluções de videomonitoramento colaborativo por meio da Inteligência Artificial, com câmeras de vigilância integradas e armazenamento 100% em nuvem, que conta com 30 colaboradores em sua matriz, localizada em Joinville (SC), adotou a modalidade híbrida desde o início do ano. Com isso, 50% dos profissionais têm atuado de forma presencial pelo menos uma vez por semana.
Como medidas de prevenção contra o coronavírus, a Camerite reposicionou as mesas de forma intercalada, faz a medição da temperatura dos colaboradores na entrada do escritório e disponibiliza álcool gel em diversos pontos da empresa.
Antes da pandemia da Covid-19, a startup já garantia aos funcionários a flexibilidade de atuarem de qualquer lugar e acredita que esse momento veio reforçar a importância de um modelo híbrido de trabalho.
Home office permanente
A FreteBras , maior plataforma online de transporte de cargas da América do Sul, a partir de junho deste ano decidiu adotar o sistema de home office permanente, o que vem contribuindo para o crescimento das áreas e para a inclusão de talentos, independente da região do país. São aproximadamente 220 funcionários trabalhando nesse esquema, porém a empresa está com 400 vagas abertas para diversas áreas, buscando por talentos de todo o Brasil. Atualmente, fazem parte do time de colaboradores da logtech pessoas de Estados como São Paulo, Goiás, Bahia, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, além de contar com profissionais na Argentina.
A empresa percebe que este modelo de trabalho oferece mais flexibilidade e autonomia aos funcionários. E para mantê-los motivados, a FreteBras conta com o programa Desenvolve Oráculo para treinamento e desenvolvimento, benefício de ajuda ao home office, reuniões periódicas de alinhamento sobre temas relevantes, comunicados internos das novidades da empresa, entre outros.
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