A Biblioteca Mário de Andrade, a maior da capital paulista, anunciou uma ótima novidade para os adeptos do home office que curtem trabalhar em lugares públicos: a partir de outubro o seu horário de funcionamento passa a ser em tempo integral, ou seja, portas abertas todos os dias, por 24 horas.
O local recebe hoje em torno de 1.200 visitantes diários, sendo que 90% deles têm menos de 33 anos, índice bem superior ao de épocas anteriores. É um público que procura tranquilidade para estudar ou apenas usar o wi-fi gratuito do ambiente, disponível desde agosto do ano passado.
Segundo reportagem da Veja-SP, a nova frequência vem ajudando o espaço a bater recordes de público a cada ano. Estima-se que o total em 2015 chegue a 440 000 pessoas, 20% de crescimento em relação a 2014 e 250% em comparação com 2013.
A ideia é aproveitar a proximidade de points badalados, como o Paribar, na Praça Dom José Gaspar, a balada Alberta#3, na Avenida São Luís, ou mesmo a Praça Roosevelt e o Baixo Augusta, para implementar uma programação mais diversificada e aumentar a frequência do público jovem.
O primeiro teste do novo formato é a série de eventos Demasiado Pasolini, idealizada para relembrar o legado do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini. Na estreia, no dia 9, um “sarau erótico” será realizado no terraço a partir das 22 horas. Na sequência, uma festa animará o local até as 4 horas. Ainda estão previstos uma exposição e “noitões” para a exibição de filmes do criador de Saló ou 120 Dias de Sodoma aolongo do mês.
As ações futuras incluem uma sala direcionada ao público infantil, prevista para 2016. Encontra-se também em andamento o projeto de um restaurante, que se transformaria em bar durante a madrugada. Em paralelo a essas iniciativas, a administração vem investindo no tratamento destinado ao acervo, com a digitalização de periódicos e a automação dos empréstimos.
Saiba mais
Instalada em um prédio com arquitetura art déco na Rua da Consolação e com um acervo de 365 000 livros e 52 000 itens raros, a Biblioteca Mário de Andrade é um tesouro paulistano. Sua origem é a Biblioteca Municipal, criada em 1925 e fundida à Estadual em 1937. Cinco anos mais tarde, mudou-se da Rua 7 de Abril para o endereço atual, um prédio de 23 andares projetado pelo francês Jacques Pilon. A partir de 1960, adotou o nome do autor de Pauliceia Desvairada. Uma reforma ao custo de 16,3 milhões de reais tomou o lugar entre 2007 e 2010. Após ser reinaugurada, a instituição deixou para trás a pecha de ambiente decadente, relegado às traças e ao mofo, para cair novamente nas graças dos paulistanos.
*Com informações da Veja-SP.