Carreiras digitais: 56% dos profissionais afirmam ganhar mais de R$6,6 mil. As profissões no mercado digital têm atraído a atenção de quem faz transição de carreira justamente pelos salários acima da média, mesmo em cargos de senioridade intermediária. Recém-lançado pela edtech Tera, em parceria com a Mindminers, o relatório Digital Skills indica que mais da metade dos profissionais digitais ganham até R$ 6,6 mil. A pesquisa traz dados e insights sobre o mercado das profissões digitais e recebeu respostas de mais de duas mil pessoas das áreas de Product Management (31%), UX Design (14,2%), Marketing Digital (16,5%), Dados (10,5%) e Desenvolvimento de Software (4,4%), além de profissionais desempregados ou que estão em transição de carreira para o mercado digital. Recortes de salário em relação à senioridade, escolaridade, idade, gênero e raça também foram mapeados pelo estudo.
Segundo o levantamento, as carreiras com os salários mais altos são Product Management e Desenvolvimento de Software, em que mais de 50% dos profissionais apontam ganhar mais de R$10 mil. Por outro lado, a menor média de salário fica com Marketing Digital, em que 32% responderam ganhar até R$3,3 mil, mostrando a necessidade de especialização para se diferenciar nesse contexto e chegar a posições com remuneração mais alta. Esta área ainda aparenta ter muitos salários defasados — uma possível consequência do tamanho desse setor e suas diversas ramificações. Em UX Design, outra carreira em grande demanda no mercado, 62,5% de profissionais ganham entre R$ 3,3 mil e R$ 10 mil.
Mesmo que se fale muito na importância da cultura da empresa na retenção de talentos, a Digital Skills mostrou que remuneração ainda aparece no topo do ranking quando olhamos para o que profissionais consideram em um emprego dos sonhos. “Olhando para um mercado tradicional com salários tão defasados, carreiras digitais se destacam pelas remunerações competitivas, que estão diretamente ligadas à alta demanda por skills específicas. Com isso, profissionais que desenvolvem determinados grupos de habilidades e competências têm nas mãos a oportunidade de dar novos rumos para suas carreiras e protagonizar esse novo momento do mercado de tecnologia”, explica Leandro Herrera, CEO e fundador da Tera.
Mulheres e pessoas negras ainda são minoria em faixas salariais mais altas
Nos últimos anos, movimentos intencionais para tornar o mercado digital mais diverso e inclusivo vêm crescendo. Mesmo assim, pessoas negras e mulheres brancas que trabalham no setor continuam ganhando menos. Em relação àqueles que informaram ganhar mais de R$ 10 mil por mês, apenas 13% são pessoas negras (pretas e pardas), enquanto na faixa salarial de até R$ 3,3 mil, elas representam 39%. Enquanto homens apresentam a média salarial mais frequente acima de R$16 mil (26%), a maior concentração das mulheres está ganhando até R$3,3 mil (24,6%). O grupo que aparece em maior número na menor faixa salarial são mulheres negras.
Maior escolaridade tem impacto em salários mais altos
Mesmo em um cenário no qual muitas carreiras digitais ainda não são oferecidas pelas graduações tradicionais, vemos que ter o ensino superior completo e continuar o desenvolvimento com uma pós-graduação e cursos de menor duração continua tendo uma relação direta com altos salários. Daqueles com pós-graduação completa, apenas 5% apresentam faixa salarial até R$3,3 mil, enquanto 59% ganham mais de R$10 mil.
Altos salários também estão atrelados ao tempo na função
Assim como nível de escolaridade, os altos salários mostraram também estar atrelados ao tempo na função. Mesmo que a maioria dos respondentes da pesquisa (86,7%) afirmem estar na função há, no máximo, cinco anos, são os profissionais com mais de seis anos de atuação que concentram os maiores salários — 37% e 42% daqueles que estão na função há um período de 6 a 10 anos e há mais de 11 anos, respectivamente, afirmam ganhar R$16,5 mil.
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