Entre as tantas transformações que o ano de 2020 provocou, certamente, um dos pontos altos foi a relação colaborador-empresa. O cenário caótico da pandemia forçou novos hábitos e conseguiu provar o que muitos entusiastas do trabalho remoto já falam há bastante tempo: é possível, sim, trabalhar full time no formato home office.
Porém, tudo que se praticava enquanto Employer Branding também ganhou uma nova lente e precisou se adaptar ao novo contexto que presenciamos.
Mas, para iniciar a conversa, o que significa esse termo que vem sendo tão falado nos últimos anos? Employer Branding, ou gestão da marca empregadora, é um conjunto de ações estratégicas que trabalham para criar, melhorar ou manter uma reputação incrível de marca entre os públicos interno e externo de uma empresa. Serve tanto para atrair novos talentos quanto para manter em casa os melhores colaboradores.
Assim como algumas marcas que consumimos têm a nossa lealdade, algumas empresas também trabalham fortemente para ganhar um espaço em nossos corações. Basta parar um minutinho e listar as 10 empresas que você sempre sonhou em trabalhar e 10 empresas que você não trabalharia de jeito nenhum.
Posicionamento nas redes sociais? Relatos de funcionários que AMAM/ODEIAM trabalhar nelas? Ambiente descontraído/muito rígido? Remuneração elevada/abaixo do mercado? Benefícios/ausência deles? Cultura organizacional informal/formal de mais?
Sim! Tudo isso ajuda a formar uma boa ou má imagem entre os possíveis candidatos a uma vaga e contribui muito para a retenção de talentos ou turn over elevado. E isso importa muito para a empresa, pois temos um resultado financeiro em jogo: pessoas erradas dentro da empresa certa (ou vice-versa) trazem prejuízos de tempo e recursos. E o EB ajuda a atrair e manter as pessoas certas.
Mas, o Employer Branding vai ainda um pouco além. A marca empregadora acompanha o colaborador em toda a sua caminhada: desde o processo seletivo (e todo mundo aqui já passou por vários bem desagradáveis, tenho certeza absoluta) até a distante aposentadoria (passando por férias, casamentos, nascimentos, licenças e, inclusive, desligamentos). A chamada Employee Experience, ou experiência do colaborador, é a soma de todos os pontos de contato que ele teve com a marca empregadora ao longo de sua jornada. É um trabalho de médio e longo prazo que exige sempre muito carinho e atenção dos envolvidos.
Os desafios de acompanhar um colaborador em todos os seus passos são extremamente desafiadores, pois lidar com pessoas é muito desafiador (considerado o maior de todos os desafios dentro de uma organização). Por isso, uma equipe multidisciplinar, aliando RH, marketing e comunicação interna são fundamentais para desempenhar esse papel de guardiãs da marca empregadora. Sem essas áreas trabalhando incansavelmente, em algum momento, a experiência pode não ser tão agradável, gerando uma crise de reputação.
Adicione a esse grande desafio equipes inteiras isoladas em seus lares, acumulando tarefas domésticas, o medo de um vírus maluco e o trabalho ali, exigindo a mesma concentração de antes.
Passamos por um momento extremamente delicado para a área de gestão de pessoas e acredito que, as empresas que melhor cuidaram de seus colaboradores estarão sempre guardadas no potinho das boas lembranças. E colaboradores que se sentem acolhidos e cuidados, gritam isso para o mundo de forma autêntica.
Nunca antes foi visto um comprometimento tão grande de algumas empresas com a saúde mental dos times, por exemplo. Kits para comemorar metas ou apenas a chegada da sexta-feira, lives com conteúdos inéditos de entretenimento, eventos e shows on-line, ações de drive-in e drive-thru, treinamentos educativos, ações sociais e, claro, processos seletivos exclusivamente virtuais.
Muitas ações bacanas puderam ser desenvolvidas por quem já tem o Employee Engagement como parte da cultura. Para as empresas que realmente se preocupam com o seu maior valor, as pessoas, foi uma oportunidade de grande conexão, onde a marca empregadora pôde estar presente, mais do que nunca, na esfera familiar.
O nosso papel, enquanto guardiões da marca empregadora e disseminadores de uma cultura de Employer Branding, é fazer o melhor possível dentro das estratégias e recursos cabíveis. Porém, para finalizar, vale lembrar que, quando o assunto é reputação, quem dá o tom se estamos no caminho (ou não) são as pessoas impactadas pelas nossas ações. É fundamental estar atento, ouvindo, medindo, exercitando a empatia e compreendendo o comportamento dos públicos que precisamos nos relacionar, independente do formato de trabalho.
Escrito por: Fernanda Jaques é Relações Públicas e especialista em RH, CNV e Psicologia Organizacional. Já atuou em empresas varejistas e agências de publicidade e é uma entusiasta da flexibilidade e cultura informal. Quem quiser bater um papinho pode seguir no Linkedin (https://www.linkedin.com/in/fernandajaques/) ou no Instagram (@andafernanda).
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