A tendência é que o home office se mantenha, mesmo que de forma flexível, como mostra pesquisa da consultoria KPMG, que revela que 87,3% dos entrevistados preveem que suas empresas mantenham um sistema híbrido entre trabalho presencial e remoto.
Enquanto isso, na outra ponta, está grande parcela da população que não ocupa funções que permitam trabalhar em casa, por motivos diferentes, como é o caso de profissionais da saúde, construção, indústria e logística.
Ou seja, para grande parte da população, o trabalho remoto ou híbrido não será uma realidade pela natureza de sua atividade. Gabriela Mative, Superintendente de Seleção da Luandre, uma das maiores consultorias de RH do país, afirma que o perfil do trabalhador home office é majoritariamente de pessoas que tiveram acesso a graduação e por consequência alcançaram posições mais administrativas e menos operacionais, em que uma atuação remota pode ser exercida, em muitos casos, sem prejuízo a função.
Levantamento do IBGE indica que mais da metade dos brasileiros de 25 anos ou mais ainda não concluiu a educação básica e 33,1%, não terminou o ensino fundamental, o que mostra que a maior parte da população não conseguiria aderir a essa modalidade remota, por questões sociais ligadas a estrutura e escolaridade que impactam diretamente esse público.
“Apesar dessa mão de obra não conseguir aderir, em um primeiro momento, ao trabalho remoto, ainda existem muitas funções operacionais e essenciais que demandam a presença física e tem uma maior flexibilidade em relação à escolaridade, que é o caso das vagas ligadas ao segmento de logística, indústria e construção”, afirma.
Entre os setores que continuam aquecidos, o setor de logística, que despontou atendendo uma necessidade maior de consumo à distância com o surgimento da pandemia, continuou aquecido durante este ano.
Em 2021, foram mais de 3.500 vagas trabalhadas de janeiro a maio. Hoje, existem mais de 1.200 vagas abertas em todo Brasil.
“Precisamos destacar que os setores que movem a economia, como os serviços essenciais, ainda precisam de mão de obra presencial e são setores que seguem contratando em grande volume desde o ano passado, mesmo em meio à pandemia”, diz Gabriela.
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