Hoje vou compartilhar com vocês a rotina de home office do Fernando Kanarski, um nômade digital. Ele já rodou por mais de 30 países e só em 2016 pisou nos 5 continentes enquanto trabalhava remotamente. Formado em Tecnologia em Sistemas para Internet pela UTFPR-Curitiba, em 2015 largou o cargo de sócio em uma agência de publicidade para realizar o sonho de viajar ao redor do mundo enquanto trabalha como consultor e instrutor de Google Adwords e Google Analytics, além de prestar consultoria em growth hacking para startups, e-commerce e pequenas empresas, na maior parte do tempo, remotamente. Bacana né?
Home Office do Fernando em Torres del Paine, no Chile. “Foi a vista de escritório mais incrível que já tive”.
1 – É preciso ter uma rotina organizada para ser produtivo? Como é o seu dia normalmente?
Sim, muito. Trabalhar em home office exige muita disciplina. Ser nômade digital exige organização redobrada, pois além de organizar a vida profissional, é preciso organizar a pessoal para conseguir aproveitar os destinos. Afinal, poder ter a liberdade de viajar, mas não aproveitar os destinos não faz sentido. A minha é toda pré-planejada em aplicativo de to-do list. Então, sempre no início da semana eu já tenho as reuniões e tarefas principais pré-distribuídas. Assim eu consigo melhor organizar a minha rotina de trabalho, que dificilmente passa de 6 horas diárias. Tento sempre me adaptar ao fuso horário de onde estou, para tentar aproveitar melhor e trabalhar num horário confortável para a cidade local, mas que fique dentro ou próximo do fuso horário do Brasil.
2 – Você concilia suas viagens com o volume de trabalho que tem? Ou prioriza as datas (e as promoções) e vai trabalhando no caminho?
Eu adotei um estilo de vida chamado slow travel. Funciona assim: em vez de ir para um destino e ficar lá por dois ou três dias, eu fico 15 dias ou mais. Assim eu consigo trabalhar e aproveitar melhor os lugares nas horas livres. Eu escolho os destinos baseado em bom preço e custo de vida relativamente baixo, variando entre alguns destinos mais caros. A ideia é sempre gastar menos do que eu ganho. Eu trabalho praticamente o tempo todo durante esta minha rotina de viagens, mas, para tentar aproveitar melhor a vida, tento concentrar os principais compromissos e reuniões nas terças, quartas e quintas. Assim, quando estou em algum lugar muito legal e quero melhor aproveitar, consigo otimizar o tempo juntando a sexta e a segunda ao “final de semana”.
3 – Qual é a maior dificuldade de manter um trabalho sendo nômade? Seus clientes sabem? E aceitam numa boa?
Eu diria que são três os grandes problemas. 1: saber gerenciar o tempo. 2: conexão de Internet e 3: fazer os clientes aceitarem que estou trabalhando. Sobre gerenciar tempo, às vezes é muito frustrante estar em algum lugar incrível e ter que deixar de curtir a cidade para trabalhar. Muitas vezes tive de passar um ou dois dias trancado em hotel ou apartamento simplesmente trabalhando. Isso ainda me deixa frustrado, mas o fato de ficar mais tempo nos lugares ajuda a compensar o tempo depois. Sobre a conexão de internet, eu preciso cuidar muito onde irei me hospedar para manter uma conexão aceitável, afinal, eu trabalho com Internet e tenho muito contato com meus clientes, então, estar disponível por chat ou videoconferência é importante. Isso limita os lugares que posso explorar no mundo, mas as opções ainda são muitas. E sobre fazer os clientes aceitarem, embora eu os avise sempre que começo um novo contrato, percebo que alguns não aceitam ou entendem tão fácil. Geralmente estes são os projetos que não duram muito tempo. No geral os meus clientes até admiram esta forma de trabalho e isso se torna um marketing pessoal para mim, mas confesso que ainda percebo uma certa resistência de alguns pelo fato de eu estar trabalhando de tão longe.
4 – Qual é a sua dica quente para quem precisa encontrar um lugar para produzir em qualquer lugar do mundo?
Eu confesso que consigo trabalhar praticamente de qualquer situação. Já trabalhei de dentro do avião, em aeroportos lotados, cafés barulhentos e até da beira da praia. Acho que o segredo está no poder de concentração. Algumas pessoas, como eu, conseguem se desligar totalmente do mundo ao redor e focar no trabalho. Mas para quem tem dificuldade, a dica é achar um lugar confortável e uma boa fonte de som. Então, um bom sofá de um café e fones de ouvido são fundamentais.
5 – Você sente falta de alguma coisa de quando trabalhava num formato tradicional?
Parece mentira, mas às vezes a rotina do trabalho tradicional faz falta. Ter horários mais definidos e pausa para almoçar são coisas que algumas vezes dão saudade. Ter colegas para fazer um happy hour ou discutir o último meme também fazem falta. É por este motivo, inclusive, que muitos nômades acabam passando parte do seu tempo em espaços de coworking ao redor do mundo. Isso ajuda a manter uma rotina e relação com “colegas de trabalho” mais natural.
6 – Ser nômade é puro glamour ou tem dias que tem perrengue e você precisa ficar o dia inteiro em “casa” trabalhando?
É muito normal acontecer de, dentro de uma semana, passar um ou dois dias em casa, trancado, sem botar o pé na rua, mesmo estando em uma cidade incrível. Infelizmente a vida de nômade não é barata e é preciso ter ciência que o trabalho precisa vir em primeiro lugar para conseguir manter esta vida. Muita gente acha que nomadismo é só sair por aí viajando. Não é bem assim. Eu costumo dizer que o nomadismo é uma rotina muito parecida com a de home office, a diferença é que o home é qualquer cidade do mundo.
*Fernando respondeu essas perguntas enquanto estava no Canadá. Para acompanhar a viagem dele, é só seguir no Instagram: @nandokanarski
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