O Google adora analisar o comportamento dos funcionários. Por ser uma gigante da tecnologia, tem escritórios em 150 cidades em todo o mundo, o que significa que muitos de seus funcionários trabalham com colegas distantes fisicamente. Cerca de 38% das reuniões envolvem duas (ou mais) cidades e 30% ocorrem em dois (ou mais) fusos horários.
O Google identificou que esses fatores poderiam dificultar o trabalho e impedir que os funcionários criassem laços de amizades com outros colegas.
Em uma missão para estabelecer o sucesso das equipes remotas, o People Lab Lab (PiLab) do Google passou os últimos dois anos estudando mais de 5 mil funcionários. Eles avaliaram bem-estar, desempenho e conectividade (entre outras coisas) e apresentaram recomendações sobre como manter as coisas consistentes, mesmo que sua equipe esteja espalhada pelo mundo. Os resultados foram compartilhados no blog da empresa.
Então, o que eles acharam?
Bem, uma das conclusões foi bem curiosa. “Ficamos felizes em não encontrar diferenças na eficácia, nas classificações de desempenho ou nas promoções de indivíduos e equipes cujo trabalho exige colaboração com colegas do mundo todo versus os Googlers que passam a maior parte do dia trabalhando com colegas no mesmo escritório”, escreve Veronica Gilrane, gerente do Laboratório de Inovação de Pessoas do Google. “Os padrões de bem-estar também eram uniformes. Os Googlers ou equipes que trabalham virtualmente encontram maneiras de priorizar um equilíbrio entre vida profissional e pessoal priorizando rituais importantes, como uma noite de sono saudável e exercícios, como fazem os membros não distribuídos da equipe.”
Esta é uma ótima notícia, porque o trabalho remoto tem o potencial de reduzir muito os custos para a empresa, mantendo os funcionários mais felizes.
Mas alcançar esse potencial não é fácil. Gilrane também menciona que muitos entrevistados disseram que o trabalho remoto tornou “mais difícil estabelecer conexões” com seus colegas. É preciso energia cerebral extra para agendar em fusos horários, por exemplo.
Bom, vamos às recomendações oficiais do Google:
Conhecer uns aos outros: em vez de entrar direto na pauta, reserve algum tempo no início da reunião para uma pergunta aberta, como “o que você fez neste fim de semana?” É uma maneira fácil de criar conexões remotas e estabelecer um relacionamento. Encontramos gerentes que lideram pelo exemplo e fazer um esforço extra para conhecer os membros da equipe distribuída pode ser extremamente impactante.
Estabeleça limites: em vez de fazer suposições sobre as melhores horas para trabalhar, reserve um tempo para perguntar aos seus colegas de trabalho quando eles gostam de participar de reuniões. Alguns podem optar por uma determinada hora do dia se tiverem a opção de desconectar completamente de seus computadores em outros momentos.
Fortaleça conexões presenciais e virtuais: algumas vezes, é mais fácil estar cara a cara. Os gerentes devem fornecer orientações claras e oportunidades para os membros da equipe viajarem para reuniões presenciais. Mas em uma videochamada, por exemplo, expresse reações a ideias de colegas de trabalho para indicar que estão sendo ouvidas. Quando você tiver a oportunidade de conhecer seus colegas pessoalmente, aproveite e reforce os laços já criados virtualmente.
O trabalho remoto é algo que os profissionais e gerentes precisam gerenciar com cuidado. Trabalhar em casa é maravilhoso, mas também pode levar ao isolamento e desconexão dos colegas. Como o Google sugere, uma solução potencial é fazer um esforço consciente para estabelecer conexões – tanto on-line quanto pessoalmente.