Vamos lá pro review do livro de fevereiro! Antes tarde do que nunca, não é mesmo? O meu segundo livro de 2019 foi SCRUM, que já estava na minha lista fazia bastante tempo. O motivo é bem óbvio: eu queria mesmo saber como produzir mais em menos tempo.
Bom, o livro todo é a narrativa de um dos criadores do método, Jeff Sutherland, contando quais foram as inspirações e como foram as primeiras aplicações do Scrum. Já de cara vou contar que pra mim, as melhores partes foram as histórias em si. Pra quem gosta de saber como as companhias se organizam, como montam e tiram projetos do papel, esse livro é cheio disso. Jeff fala muito sobre as empresas de tecnologia que ajudou a tirar do buraco, literalmente e conta com detalhes como projetos que não seriam entregues antes de dois ou três anos de trabalho, ficavam prontos em 6 meses.
Claro, utilizando o método que ele criou e que é pintado durante todo o livro como a revolução dos métodos de trabalho. Sem fazer juízo de valor, já que nunca trabalhei numa equipe utilizando Scrum, as ideias todas parecem realmente muito boas. Mas além das partes técnicas, em que ele explica exatamente como criar uma equipe Scrum, os nomes corretos utilizados na metodologia e cada etapa do processo, tem muito aprendizado bacana.
Um dos assuntos que aparece ao longo de praticamente todos os tópicos é o fim da hierarquia nas empresas. Bem no começo, na página 39, ele diz que “executivos eram líderes que prestavam serviços aos funcionários e eram facilitadores focados em retirar obstáculos do caminho das equipes”. Quantas vezes você já viu isso em uma equipe de trabalho? Eu, poucas! Jeff reforça que a autonomia faz com que as pessoas se engajem na tarefa, e descubram a melhor maneira de resolver aquele problema, muitas vezes de uma forma mais rápida do que qualquer um poderia prever. E o papel do líder é deixar o campo livre para o funcionário correr e não dizer para ele qual é o melhor caminho até o gol. Ele apresenta vários exemplos de sucesso de equipes horizontais e com gestão descentralizada e pra mim essa é uma das maiores riquezas desse livro.
Outro ponto bacana é sobre a formação das equipes. Ele aponta que os times devem ser multidisciplinares, formados por pessoas que se complementam e são capazes de desenvolver o produto inteiro. Acaba assim com o mito de é preciso equipes cheias de engenheiros ou advogados ou qualquer outro profissional específico trabalhando na empresa. Normalmente, esse grupo vai resolver apenas uma parte de qualquer problema. O “pulo do gato” é realmente reunir pessoas que consigam fazer o todo, mesmo que ele ainda não tudo o que precisa para a entrega final. É o famoso MPV – mínimo produto viável. Jeff bate bastante nessa tecla de colocar os produtos na rua em tempo recorde, ver o que dá errado na prática e ter tempo hábil para arrumar tudo sem atrasar as entregas. Mas voltando aos grupos de trabalho, além de multidisciplinares, a regra geral do Scrum limita times entre 3 e 9 participantes, no máximo. São equipes enxutas, para garantir que a comunicação seja fluída e tenha o mínimo de ruídos possíveis.
Nesse pontos do livro eu fiz uma reflexão pessoal e vi que realmente, os melhores times em que trabalhei, com as melhores entregas e performances, eram pequenos, formados por profissionais de várias áreas, mas que se complementavam e se auto gerenciavam. Tudo fez bastante sentido!
Depois de toda a parte técnica e teórica, o último capítulo do livro fala sobre a aplicação do Scrum em outras áreas que não a de negócios, como educação e governo. Os exemplos são maravilhosos! Fiquei curiosa e vou pesquisar um pouco mais sobre o ensino na Holanda e a reestruturação da Islândia.
Já leu o livro? O que achou? Já colocou em prática e trabalha com Scrum? Compartilha com a gente ali nos comentários!
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Vai lá:
SCRUM, a arte de fazer o dobro do trabalho na metade do tempo
Autor: Jeff Sutherland
Editora: Leya
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