Uma das coisas que mais me deixa feliz é ver empresas brasileiras apostando no trabalho remoto e deixando os funcionários trabalharem onde eles quiserem, seja em casa, no coworking ou em cafeterias.
O Superplayer é uma startup brasileira, que desde 2013 oferece streaming de música, muito antes das plataformas gringas chegarem no Brasil. Eu trabalhei rapidamente com eles no ano de lançamento e isso fez com que eu sempre ficasse de olho no que estavam produzindo.
Recentemente, vi uma publicação do CEO da startup, Gustavo Goldschmidt, contando como tinha sido o primeiro encontro geral da equipe depois da implementação do trabalho remoto. Achei bacana e entrei em contato para conversar sobre o assunto.
O Superplayer colocou o time em formato remoto no início deste ano (2019) e atualmente conta com 16 funcionários trabalhando em oito cidades, inclusive fora do Brasil. A maior parte ainda está em Porto Alegre, onde fica a sede da empresa.
RETER TALENTOS
Gustavo contou que a maior motivação foi, realmente, conseguir buscar os melhores talentos sem sofrer com a barreira geográfica. “Tem muito profissional competente morando no interior e em outros estados, e muitas vezes eles não querem se mudar, mudar toda a vida, para trabalhar em outra cidade”, comenta.
“Para reter os melhores talentos, a oferta da tua empresa precisa ser melhor do que a próxima oferta que o profissional vai receber”, alerta Gustavo. Por isso, o CEO aposta em menos funcionários, mais experientes, com uma boa oferta salarial e o benefício de trabalhar em qualquer lugar. “Queremos que nossa equipe tenha um bom equilíbrio entre vida e trabalho”.
Com essa mudança, o Superplayer trocou de sede e foi para um espaço um pouco menor. A economia existe, mas não é fator decisivo, explica Gustavo. Para ele, o foco principal mesmo são as pessoas. “Agora conseguimos remunerar melhor, criamos um padrão nacional de salários e temos uma equipe que ficou até mais integrada do que era”, conta.
Antes do formato remoto, parte da equipe ficava em Porto Alegre e outra parte em São Paulo. “Eu mesmo, que acabava ficando longe da sede por algumas semanas, não conseguia acompanhar o dia a dia da empresa como o agora, com todos trabalhando on-line. Me sinto muito mais perto de todo mundo”.
Entre os benefícios oferecidos para a equipe, Gustavo destaca a opção de ter uma assinatura do Beer or Coffee para quem gosta de trabalhar em coworking ou uma ajuda de custo para montar um home office, para quem prefere trabalhar em casa. Eles também criaram um manual de boas práticas e fizeram uma seleção das melhores cadeiras para trabalhar.
Para a comunicação e integração on-line dos times o Superplayer apostou no Basecamp e no Google Suits, além do 1password para gerenciar as senhas. Para as reuniões, a empresa utiliza o Zoom e o Google Meet. Os funcionários também recebem treinamento para garantir a segurança dos dados. O horário de trabalho ainda segue o mesmo e é mantido, para garantir que a equipe esteja on-line simultaneamente na maior parte do tempo.
INTEGRAÇÃO
A integração era uma das preocupações na hora de implementar o formato remoto, mas Gustavo diz que a equipe parece estar ainda mais unida. “A impressão que eu tenho é que a liberdade e a confiança que temos na equipe fez o time ficar ainda mais unido, valorizando o grupo como um todo”.
Uma das ações para cuidar da integração é fazer encontros anuais. Em agosto de 2019 rolou o primeiro, que reuniu todo o time na serra gaúcha. “Foram três dias de trabalho com todo mundo junto e, depois, fomos nos divertir um pouco no Snowland”.
Outro cuidado é investir em comunicação e marketing interno para garantir a manutenção da cultura da empresa. “Mesmo longe, os funcionários recebem alguns brindes como camisetas e canecas, para que se sintam parte do Superplayer. Também investimos em vídeos do time e do nosso propósito”, explica.
O QUE MUDA
Perguntei para o Gustavo o que tinha mudado no Superplayer para que todo mundo pudesse trabalhar onde quisesse. A resposta foi: maior estruturação de processos, mais organização e melhor documentação. “Como não estamos juntos fisicamente o tempo todo, todas as informações precisam estar disponíveis e organizadas para que qualquer um as encontre e entenda. A comunicação precisa ser muito mais clara agora”, explica. “Isso acaba consumindo um pouco de tempo, mas o resultado é melhor, porque temos tudo o que precisamos na nuvem”.
CONTRATAÇÃO
Para a contratação, o Superplayer conta com headhunters que buscam profissionais com as qualidades que a startup precisa. Um dos pontos destacados por Gustavo é, justamente, a qualidade de escrita do profissional. “Saber se comunicar corretamente via e-mail, por exemplo, é uma habilidade fundamental”.
TENDÊNCIA
Gustavo acredita que essa seja, de fato, a tendência para os próximos anos no universo dos negócios. “Embora a tecnologia para ter uma equipe remota esteja disponível há mais tempo, ainda tem pouca gente adotando”, pondera. Com o desenvolvimento de novas tecnologias, melhoria da Internet com o 5G, realidade aumentada se tornando mais acessível, vai ser cada vez mais fácil ter uma equipe espalhada pelo mundo.
Legal saber de todos esses detalhes, né? Você gostaria fazer parte de uma empresa que oferece a possibilidade de trabalhar em casa? Conhece outras empresas brasileiras que estão apostando nesse caminho? Compartilha com a gente nos comentários!
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