* por André Osna
Trabalhar com equipes remotas é o sonho de muitos profissionais. E digo isso não só em relação ao trabalho freelance, mega associado ao mercado de criação, mas também para funcionários de empresas que não possuem a menor intenção de deixar suas ocupações atuais. A verdade é que muitos de nós instintivamente cobiçamos um nível (variável) de independência, de criarmos nossas próprias regras.
Convenhamos, nenhum lugar se compara nestas categorias ao seu próprio lar, não? Mas aí surgem as famosas e famigeradas “tretas”. Quais tretas? Acordar atrasado, perder prazos por falta de cobrança externa e tantos outros fatores que normalmente acabamos delegando para (ou responsabilizando) outras pessoas, como supervisores e chefes.
Mas e aí, lindão, e quando é você mesmo que manda?
Levando este cálculo em mente por um segundo, mas não entrando em seus pormenores (fica pra um próximo texto!), extrapolamos isso tudo para uma equipe inteiramente remota. Equipe que normalmente é composta por um grupo de profissionais individualmente responsáveis por suas próprias produções e rotinas de trabalho.
Como diria o saudoso Salsicha, dono do canis familiaris Scooby Doo, yikes! Tema não, jovem proletário remoto, pra tudo tem solução (na trave de rimar).
Seguem aqui algumas práticas que deixarão a experiência muito mais redonda, assim como algumas ferramentas (entre as pessoalmente testadas e as indicadas) para facilitar o processo todo. Bóra:
Rotina flexível ainda é rotina
Cara, verdades verdadeiras da vida: sem rotina ninguém faz nada.
É fácil e cômodo demais acordar “só um pouco mais tarde” ou “deixar esse pra amanhã” pra gente, independente da disciplina, não cair nestas armadilhas aqui ou ali. Isso faz parte, é justamente um dos grandes motivos de escolhermos o trabalho remoto – entre tantas outras, particulares de cada situação.
O mesmo se aplica a sua equipe como um todo. Estabelecer uma rotina não significa realizar calls ou checagens de progresso dezenas de vezes ao dia, mas sim manter a comunicação aberta e transparente para que todo mundo esteja confiante nos resultados dos demais.
Ferramenta Quente:
Clássico, conectado com tudo do Google, é amor.
Todo mundo é responsável pelo seu
Metas e objetivos mantém profissionais motivados e com clareza sobre o norte para o qual estão andando – ou tentando andar. Se todos se mantém responsáveis por suas respectivas atividades, e todos estão cientes disso, a equipe toda se fortalece. Todo mundo bota fé no outro e compreende claramente aonde o grupo quer chegar.
Isso vale para times de todos os tipos e mercados: deadlines e benchmarks realistas fazem a galera ter gana.
Ferramenta Quente:
Estabeleça metas e acompanhe a produtividade de todo mundo sem ter que meter o bedelho a cada quinze minutos.
Mantenha contato
Existe uma diferença entre não se intrometer no trabalho do coleguinha e deixar todo mundo isolado no seu canto com uma gerência que olha lá de cima. Contato é necessário e muito bem vindo, nas doses certas e mantendo sempre o foco claro.
Tem hora de falar besteira, mas é sempre legal que isso aconteça em um canal a parte, evitando que a ~conversa paralela~ atrapalhe a comunicação que realmente importa. Preciso dizer? Vai lá, não abusar disso é claramente necessário.
Ferramenta Quente:
Outro clássico das equipes remotas a algum tempo, Slack é uma ferramenta sensacional para comunicação, permitindo conversas abertas e fechadas para que subtópicos não se embolem.
Cara a cara
Essa é rápida e clara: ver um rosto humano é sempre bacana. Nem todo mundo tem essa necessidade ou hábito, mas manter o canal aberto para chamadas de vídeo pode resolver uma quantidade até surpreendente de questões. Pensa só, o que expressa melhor intenções e explicações: mensagem de texto, telefone ou cara a cara? Pois é.
Ferramenta Quente:
É como um segundo e-mail, todo mundo tem que ter nem que seja pra usar com a webcam da lan house. Vale tudo.
Tio Google não perdoa nada nem ninguém.
Reunião do tipo saudável
Reunião é uma palavra que a moçada não gosta. Dá uma sensação meio engravatada (nada contra, mas eu estou escrevendo de Havaianas, calcule) ou antiquada de que vamos perder tempo olhando para a cara uns dos outros enquanto ouvimos algo que não queremos ouvir.
Mas não é bem assim, o mundo é mais cinza que preto e branco. Tem reunião útil e super saudável.
Claro, quando seu time está espalhado pelo globo resta a boa e velha chamada de vídeo ali de cima, mas se estão na mesma cidade ou estado – ou proximidades geográficas equivalentes – e seu projeto promete se estender, uma reunião para dar nome aos bois e colocar um rosto em quem “fez aquele texto lá” pode fazer não só super bem para o moral do time, mas também conectar pontos que serão úteis para trabalhos e indicações futuras.
Esse não tem ferramenta quente, mas fica o lembrete que a internet é cheia de alertas de passagens promocionais.
* André Osna escreve de tudo, lê de tudo e é Head of Content do ELEVANTE e freelance de vida inteira.
** Texto publicado originalmente no blog do ELEVANTE.